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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Como criar, manter e sair de uma sociedade sem brigar



O tema sociedade é pouco estudado no mundo empresarial, razão pela qual a literatura sobre o mesmo é escassa. Mas ele é cada vez mais importante na medida em que muitos profissionais consideram o ato de empreender como uma alternativa ao vínculo empregatício.



O primeiro ponto que vale destacar quando tocamos nessa questão é que nenhum modelo societário dura para sempre. O que, evidentemente, vale para qualquer tipo de relação.



Embora pareça óbvia, esta é a razão para muitos fracassos de grupos ou pessoas que decidem criar um negócio em sociedade. É comum imaginar que as motivações, afinidades e interesses que estimularam os sócios a iniciar esse relacionamento vão assegurar sua perpetuidade.



Esse é um grande engano, pois todo modelo se esgota e, mais cedo ou mais tarde, precisa ser revisto - o que não significa, necessariamente, brigas ou desavenças, mas sim mudar a forma com que foi concebido originalmente.



A principal causa para o fracasso das sociedades é que as partes não dedicam tempo para discuti-la. Geralmente os participantes ficam muito empolgados e envolvidos com o andamento do próprio negócio e acabam decuidando da relação entre eles.



Embora os desafios do mercado e da estruturação do empreendimento devam merecer atenção, essas não são as causas preponderantes do fracasso de uma sociedade. Cerca de 70% delas não dão certo em razão de conflitos societários não resolvidos.



As sociedades podem ser divididas basicamente em três modelos. O primeiro deles é a sociedade do "trabalho", onde ambos aportam competências e dividem atribuições e responsabilidades. Existe também a sociedade do "capital", em que os participantes aportam um investimento visando obter um resultado que agregue valor ao capital. E, finalmente, aquelas que podemos chamar de "híbridas", pois envolvem tanto o capital como a gestão. Um ou mais sócios investem suas competências e trabalho e os demais aportam apenas investimento.



De forma geral, esse último é um dos modelos de mais curta duração. Com o passar do tempo, as partes podem se sentir não devidamente remuneradas em relação ao que investiram no empreendimento.



Vale explicitar aqui um conceito prático do que entendemos por sociedade. Em nossa concepção e experiência - tanto pessoal como produto da observação - a sociedade é um processo dinâmico que implica a união de duas ou mais pessoas com um fim comum.



A sociedade pode ter fins lucrativos ou não. Envolve compartilhar riscos, princípios e valores. É preciso construir uma relação de confiança, chegando a uma autêntica cumplicidade. Ou seja, cria-se um modelo coletivo que, ao mesmo tempo, torne possível a felicidade e a realização individual das partes.



Muito do sucesso de uma sociedade será determinado pelo acordo entre as partes. Ele deve estabelecer, de forma participativa e consensual, o modo como esta deve lidar com dinheiro, poder e reconhecimento. Isso significa uma combinação de alto risco, que necessita ser revista e avaliada permanentemente.



Uma recomendação importante, embora possa parecer contraditória, é discutir desde o seu início como desfazer ou como algum componente pode sair da sociedade sem brigar. O termo está empregado aqui no sentido de um rompimento traumático, pois conflitos sempre poderão existir.



A sociedade é tão saudável quanto a forma como administra as suas divergências. Mesmo nas sociedades não familiares, na primeira geração - onde houve a liberdade da escolha dos sócios - esta vai se tornar multifamiliar nas gerações seguintes. Isso quer dizer que os herdeiros não terão a mesma liberdade da escolha. Ela será uma sociedade imposta, com outras características que exigem um novo acordo, preparo e entendimento.



Renato Bernhoeft é fundador e presidente do conselho da höft consultoria societária

Fonte: Valor Econômico









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