Pequenas empresas ganham reforços para pagar dívidas e garantir direitos
Receita Federal anunciou que o parcelamento dos débitos no Simples Nacional está em fase final de consolidação
Até o final deste mês, o governo federal deve anunciar mais medidas  para facilitar o cumprimento de obrigações pelas pequenas empresas e até  evitar que elas sejam excluídas do Simples Nacional.  
A Receita Federal anunciou que está em fase final a aguardada  consolidação dos débitos dentro do regime simplificado de tributação. E  que em novembro estará disponível novo aplicativo de parcelamento das  dívidas.
Por meio da ferramenta, será possível solicitar esse benefício,  emitir o Documento de Arrecadação do Simples (DAS) da parcela,  acompanhar e desistir do pedido.
Especialistas entrevistados pelo DCI avaliam que  essa medida virá no momento certo, em vista da dificuldade que muitas  pequenas empresas passam, por conta principalmente do atual cenário  econômico, o que pode piorar se não puderem mais optar pelo Simples  Nacional.
Motivos
Luiz Fernando Nóbrega, vice-presidente de Fiscalização do Conselho  Federal de Contabilidade (CFC), explica que ante essa possibilidade de  parcelamento - que entrou em operação em março do ano passado -, as  empresas do Simples Nacional não podiam contar com esse benefício. "O  argumento era de que já tinham privilégios de menor carga tributária e,  portanto, já tinha conhecimento sobre isso. Mas ninguém começa um  negócio sabendo que um dia vai poder quebrar [falir]", entende.
O especialista em contabilidade da Prolink Contábil, Telmon Oliveira,  diz que com essa consolidação, as empresas poderão saber quanto devem  ainda para o fisco e garantir sua manutenção do Simples. "Desde março de  2013, esses empresários pagam uma parcela fixa de R$ 300. Com o novo  aplicativo eles saberão como pagar o que ainda devem", aponta Oliveira.
De acordo com a Receita Federal, o serviço "Emissão de DAS Parcela  Mínima" não está mais disponível. Durante este mês não será exigido o  pagamento de parcela mínima.
No portal e-CAC, o serviço "Parcelamento de Débitos do Simples  Nacional", utilizado para registrar o pedido de parcelamento, continuará  disponível até o próximo dia 30.
Ajuda extra
Ao mesmo tempo, os donos de negócios de menor porte terão uma ajuda  extra para garantir os seus direitos. O Sebrae anunciou que assinou  acordo de cooperação técnica com o Ministério Público Federal (MPF) que  visa à implementação dos direitos previstos pela Lei Geral da Micro e  Pequena Empresa, de 2006, com destaque para a participação dessas  empresas de menor porte nas compras governamentais.
"O MPF pode atuar como fiscalizador do cumprimento da norma. Pode,  inclusive, investigar taxas cobradas indevidamente por associações, por  exemplo", diz Oliveira.
Nóbrega avalia que no caso das compras governamentais o Ministério  Público pode ajudar a aumentar o acesso de informações para que esses  negócios participem de licitações ou concessões públicas.
Por meio de nota, o subprocurador-geral da República, Antônio Carlos  Fonseca da Silva, afirmou que a parceria entre as instituições tendem a  impactar positivamente na questão do custo Brasil. "O Ministério Público  está presente em todos os municípios. Aliado à expertise do Sebrae,  podemos promover uma articulação para sensibilizar os municípios a  implementar o acesso dos pequenos negócios às compras governamentais",  afirmou, referindo-se a um dos direitos previstos na Lei Geral e não  efetivado em todos os municípios brasileiros.
Novo Simples
No ano que vem, além dessas vantagens, entrará em vigor as mudanças  nas regras do regime simplificado de tributação, o que universalizou a  opção para todas as empresas que tenham faturado até R$ 3,6 milhões no  ano anterior .
Os especialistas entrevistados pelo DCI comentam ainda que este  também é o momento para que as empresas avaliem se compensa ou não fazer  essa escolha. "A depender do anexo em que sua atividade se encontra,  carga tributária pode aumentar em comparação com o lucro presumido. Se  dois médicos, sócios, optarem pelo Simples, a tributação deve subir de  13,3% para 16,93%. Mas se tiver uma clínica e contar com funcionários,  no lucro presumido teria que pagar 20% da cota patronal, o que é isento  no Simples. Tem que se planejar", exemplifica Oliveira.
O representante do CFC ressalta, contudo, que se compensar a escolha,  o empresário precisa agendar a opção no portal do regime até o final do  ano, sem precisar apresentar documentos ao fisco.
FONTE: DCI-SP
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Actmilenio@ solicita que deixem aqui seus comentários: